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Ana Katarina da Silva Sousa, de 29 anos, foi
encontrada após confissão do marido
(Foto: Polícia Civil/Divulgação)
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Silvio Paulo dos Santos, de 36 anos, foi preso suspeito de matar e emparedar a mulher na casa onde eles moravam no Capão Redondo, zona sul da capital de São Paulo, na noite de quinta-feira (16). A vítima estava desaparecida há cerca de duas semanas.
Segundo a Polícia Civil, no dia 3 de julho, o marido foi ao 47º Distrito Policial e registrou o desaparecimento de sua mulher, Ana Katarina da Silva Sousa, de 29 anos. A Delegacia de Pessoas Desaparecidas do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) passou a investigar o caso.
Na noite de quinta-feira, o corpo foi localizado em uma parede falsa no quintal do imóvel em avançado estado de putrefação. Diante do encontro do cadáver, o marido confessou o crime. Segundo a polícia, o homem está preso temporariamente por 15 dias.
O casal estava junto há cinco anos e tinha dois filhos. A vítima já havia registrado um boletim de ocorrência após discutir com o marido em outubro de 2014.
O corpo de Ana Katarina foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) Oeste, onde deve passar por exames de necrópsia. A família ainda não definiu o local do sepultamento. Segundo informações, a mulher seria do estado do Piauí e seus familiares residem na cidade de Buriti dos Lopes.
Confissão
Segundo a delegada, Santos foi interrogado por quatro horas na quinta-feira (16) até confessar o crime. A perícia concluiu que havia uma grande quantidade de sangue nos rejuntes no chão da casa, que ele atribuiu a um corte no dedo da esposa.
Durante a confissão, o marido disse que, na manhã do crime, Ana Katarina pediu que ele levasse os dois filhos que tinham juntos, um de 2 anos e outro de 4 anos, à escola, por conta da greve das vans escolares. Ele teria se recusado e os dois brigaram. Ela tinha ainda um filho de 8 anos de outro relacionamento, que não morava com o casal.
Na discussão, Santos diz que Ana Katarina o ofendeu e deu um tapa em seu rosto. Ele reagiu com um soco que a deixou desacordada e golpeou a vítima na barriga com uma faca de cozinha, de acordo com a polícia. Santos destruiu ainda o celular da esposa.
Quando perguntado sobre a localização do corpo, porém, hesitou. "Ele trabalhava como cozinheiro e disse 'cortei em pedaços, coloquei em sacos e distribuí'", disse a delegada. Logo depois, pressionado, ele contou a verdade. "Ele apontou para a parede e disse 'ela está ali'".
Os bombeiros retiraram o corpo, já em estado de putrefação. Santos mostrou ainda, de acordo com os investigadores, a arma do crime, a faca que ele havia devolvido à gaveta da cozinha.
A polícia afirma que não há evidências de que o crime tenha sido premeditado, mas diz que o marido tinha um histórico de comportamentos agressivos. Amigas da vítima relataram que ele já havia forçado Ana Katarina a ter relações sexuais contra a sua vontade.
Ana Katarina já havia pedido a separação e esperava o dia 10 de julho, quando receberia o salário, para sair de casa, conforme o depoimento de Santos à polícia. O casal já havia se separado no fim de 2014 por três meses por conta de outro caso extraconjugal de Ana Katarina, mas voltaram em janeiro.
Durante a primeira separação do casal, ela chegou a registrar um boletim de ocorrência contra ele. Segundo a polícia, ele soube da infidelidade e forçou a esposa a revelar a senha do celular. Ela fugiu da casa logo depois de dizer o código e foi à delegacia.
Santos disse à polícia que aceitou bem a separação e que não sabia que a vítima estava tendo um caso no momento do crime. Segundo a delegada, ele se diz arrepender de ter matado a esposa.
O acusado está em prisão temporária que pode durar até 15 dias. A polícia afirma que vai pedir a prisão preventiva para mantê-lo detido por mais tempo. O G1 não conseguiu localizar a defesa de Santos para comentar o caso.
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