O universitário Jorge Izaquiel Alves de Siqueira, do curso de biologia da Universidade Federal do Piauí, mas que atualmente encontra-se estudando na Universidade de Caldas, na Colômbia, após ser aprovado no Programa de Intercâmbio de Estudantes Brasil-Colômbia (BRACOL), pede apoio para publicar um livro. O trabalho (Figura 1) intitulado “Contos em Etnobotânica: Estratégia de Resgate da Memória Biocultural Local” é resultado da experiência de quase dois anos desenvolvendo pesquisas etnobotânicas na comunidade Franco, zona rural do município de Cocal, região Norte do Piauí.

Figura 1. Capa do Livro “Contos em Etnobotânica: Estratégia de Resgate da Memória Biocultural Local”, de autoria de Jorge Siqueira.
O trabalho trata-se de uma Obra escrita em formato de contos e tem como principal objetivo o resgate das práticas sobre o uso de plantas e o papel que desempenham a comunidade Franco, dentro das categorias medicinal, ornamental, tecnológica, madeireira, tóxica, forragem, mágico-religiosa, entre outras etnocategorias.

“O livro se estrutura por meio de contos, os quais narram e expõem o cotidiano de moradores da comunidade Franco e práticas socioculturais sobre o uso de plantas na região” comenta o estudante. “Os artigos da área (etnobotânica) não trazem consigo a dinâmica informal sobre essas práticas, as conversas, os diálogos, as implicações e sensações interiores, poucos deles trazem trechos das conversas informais, o mundo científico é muitos restrito quanto a isso”, pontua.

Siqueira defende que o Resgate da Memória Biocultural (RMB) sobre as práticas socioculturais deve ser feita da comunidade local para a comunidade local. “Os trabalhos etnobotânicos devem contribuir obrigatoriamente de alguma maneira ao RMB em escala local, isso deve ser feito dentro da própria e para a comunidade, não basta com que entrevistar sobre o uso de plantas e publicar artigos, a população [comunidade rural] não entende a linguagem científica, o RMB deve ser levado a cabo dentro da comunidade, é esse o ponto central e deve ser a referência para reflexão entre os etnobiólogos”.

Segundo o autor, a Obra relata cenas (situações informais e por meio da fonética da linguagem da própria da comunidade) sobre o uso de plantas dos moradores do povoado Franco, o diálogo entre eles, o sentimento envolvido, a importância dessas práticas, as relações que se constroem, a experimentação por erro, as urgências, o desespero e muitas outras implicações do contexto sociocultural sobre o uso de plantas na comunidade. 


Ademais argumenta que a linguagem desse contexto desse ser valorizada e mantida viva entre a comunidade. “A perda dessas práticas socioculturais sobre o uso de plantas é processo que uma vez estabelecida, torna-se um fenômeno irreversível, caracterizado pela perda de uma parte da cultura, uma vez que essas atitudes sobre a flora fazem parte da cultura local”, finaliza Siqueira”. 

Para mais informações sobre o livro e como colaborar, podem escrever-lhe diretamente, a Jorge Siqueira, por meio do e-mail [ethnosiqueira@gmail.com] ou pelo WhatsApp +57 322 3230 702.