Ah! Viçosa, cidadezinha encantadora da serra do Ceará.
Princesa Ibiapabana, linda como é, na região, não há.
De teus encantos: casarões, ruas, praças e monumentos.
Fostes erguida num patamar e desfila majestosa pela passarela do ar.

Tuas lendas indígenas, teu lindo e rico boqueirão.
É tua sina ser bonita, faceira, delicada flor do sertão.
Das nuvens que se afinam como o branco do Algodão.
Das escadarias que te leva as portas da ostentação.

Cidadezinha, Viçosa do Ceará, que tem ligação com o altíssimo.
Nos degraus entre flores, serras e grandes palmeiras a balançar.
Nas escadarias, o santíssimo, de braços abertos a te abençoar.
Buscando do alto a magia, o encanto e a alegria deste pomar.

É madrugada, no singelo momento de agonia, as lágrimas do céu caíam.
Silenciosamente, um manto branco e frio de nevoa cobria o lugar.
E aquecia aqueles que, com a proteção de Cristo, na noite dormiam.
A grande estátua de braços abertos, na madrugada, ao chão desabou.


Nos primeiros raios de sol, uma cidade perplexa, atônita acordou.
Meio ao grande barulho, na madrugada, vindo do desmoronamento.
A notícia, rapidamente, espalhou se pelas ruas, ruelas e praças a lamentar.
Cobriu se de luto! A cidade chorou! E na ânsia dolorosa, sentiu-se desprotegida.
Os céus choraram convulsivamente a perda do oráculo e nuvens escuras cobriram o altar.

Seus filhos, olhavam incrédulo para o alto entre a neblina celestial.
O Cristo de braços abertos não mais estava lá, a contemplar a cidade.
Desceu a terra, postou se ao pé da serra, do fato sacramental.
Caminhou contra o vento e tombou ao pé da incredulidade.
Agora, uma escada leva a um céu sem Deus, uma igreja sem céu, e um alto sem benção.

Autor: João Passos