No domingo passado (1º), o Fantástico foi até a cidade de Cocal dos Alves no Piauí mostrar a situação da Natália, uma estudante do ensino médio que estava prestes a perder uma bolsa de R$100. Esse auxílio é pago a medalhistas da Olimpíada de Matemática, e pode aumentar para R$ 400 quando eles vão para a universidade.


Durante a semana, uma corrente de solidariedade se formou em torno da Natália, que recebeu centenas de doações. Mas enquanto a vida dela mudava, novos cortes na educação foram anunciados, desta vez em bolsas de pós-graduação. Com as doações que a Natália recebeu até agora ela garantiu o valor equivalente aos quatro anos da bolsa, de R$ 400 por mês, a que ela teria direito ao entrar na universidade.


Fantástico: Essa bolsa de R$ 400 pra você é muito importante?

Natália: É muito importante. E eu sei que não é só pra mim. Os alunos do colégio, é importante demais pra eles, pra todo mundo.

Tão importante que a Natália está repassando parte do que recebeu para os colegas.

Enquanto o Ministério da Ciência e Tecnologia se esforçava para manter as bolsas do CNPQ, outros estudantes sofriam com novos cortes. Há duas semanas, Gabriella Pinheiro passou em primeiro lugar na seleção de doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ela pretendia estudar como o vírus da zika pode contribuir para tratar um tipo de câncer no cérebro.


Tradicionalmente, quem fica em primeiro lugar na seleção ganha uma bolsa do CNPQ, mas a abertura de novas bolsas está suspensa. Por isso, Gabriella foi encaminhada para a outra instituição que também distribui bolsas de pós-graduação, a Capes, vinculada ao Ministério da Educação. “É muito triste pensar na possibilidade de que um projeto como o meu, que viabilizaria um tratamento de um tumor tão agressivo, vai ter que ficar congelado porque precisa congelar as bolsas, precisa fazer um corte”, desabafa.

Fonte: Portal G1