O carioca Fabio Bastos (foto ao lado), 34 anos, deixou a carreira no jornalismo para se tornar empresário (no Brasil traficante) de um ramo que está em alta no Uruguai: o cultivo e venda de cannabis, ou seja, de maconha. 

"Jornalismo é uma profissão decadente no Brasil, muitas universidades estão fechando os cursos, além de se pagar salário de fome. Jornalismo no nosso País é só status (para uns) e para muitos é comer carne de terceira mesmo e morar na periferia. Já rasguei meu diploma", diz Fábio Bastos.

“Pensando no que fazer, me perguntei: o que eu mais gosto na vida? Então cheguei a duas alternativas: arte ou maconha. Fiquei com a segunda opção”, afirmou o ex-jornalista que desde abril está no país vizinho, onde o cultivo, a distribuição e o uso da maconha são legalizados, em entrevista ao jornal O Globo.

Depois de estudar sobre a legislação do país e conseguir mais um sócio e quatro colaboradores uruguaios, Fabio fundou, este mês, a Sediña Marihuana y Derivados. “Quando fui ao DGI (órgão responsável pela arrecadação de impostos no Uruguai) dar entrada na papelada, os funcionários deram risada. Ainda não tinham recebido ninguém interessado em abrir uma empresa do tipo. Pus na cabeça que seria o primeiro brasileiro a ter uma empresa de maconha legal e vim sozinho. Queria estar na vanguarda”, disse Bastos, que chegou a trabalhar no canal de TV CNT-Rio. 

De acordo com o brasileiro, os uruguaios estão aceitando muito bem a nova atividade econômica. “A qualquer hora em que se ande nas ruas da capital, dá para sentir o cheiro. O clima em Montevidéu é muito liberal. Você fuma na porta do bar, na rua, pode até pedir ao policial para acender seu cigarro”, afirmou Bastos, que tem cinco pés de maconha para fumo no quintal de casa.


Fonte:  Jornal O Globo