Uma equipe formada por agentes da Polícia Civil e da Guarda Municipal, lotados na Delegacia de Cocal, sob a coordenação da Delegada Daniella Dinali, prendeu por volta do meio-dia desta quarta-feira (13/07), a senhora Maria de Fátima Carvalho Miranda, de 43 anos, suspeita de agredir a própria mãe até a morte. A ação foi executada em cumprimento a um mandado de prisão preventiva solicitada pela autoridade policial e concedida pelo Juiz Dr. Carlos Augusto Arantes Júnior, titular da Comarca de Cocal.


A vitima trata-se da aposentada Francisca da Silva Carvalho, conhecida popularmente como "Chica Benta", de 69 anos, que faleceu no dia 27 de dezembro de 2015 em Cocal. Na época, a Polícia Civil determinou que o velório fosse interrompido (CLIQUE AQUI E REVEJA) e o corpo removido para o IML para ser periciado, após receber os policiais receberem várias denúncias de que a mulher havia morrido em decorrência das agressões e maus-tratos praticadas pela filha.


Conforme a delegada, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) que saiu quase um mês após a morte, apontou várias lesões, principalmente no rosto, pescoço e colo da idosa. Mas foi um exame complementar, cujo resultado saiu no dia 15 de junho juntamente com os depoimentos de vizinhos que foram os fatores determinantes para pedir a prisão da filha da idosa.


"Esses exames mostraram que ela foi agredida em dias diferentes e de forma constante. Havia várias lesões pelo corpo da senhora que culminaram na sua morte. Os depoimentos de vizinhos e familiares são chocantes e ajudaram a comprovar essas agressões. Uma vizinha relatou que na madrugada do dia em que a dona Francisca morreu, ela chegou a ver a idosa no chão e a filha pisando em sua cabeça. Essa vizinha tentou intervir, mas a agressora deixou sequer que ela levantasse a senhora do chão", relatou a delegada Daniella Dinali, responsável pelas investigações.


Ainda conforme a delegada, todos as testemunhas foram unânimes ao dizer que por várias vezes ouviram a idosa gritar por socorro e a filha falar que desejava a morte da mãe. "A própria filha quando prestou depoimento confessou que batia na mãe porque perdia a paciência por ela gritar à noite quando sentia dores e falou ainda que desejava a morte da mãe porque 'ela a aperreava muito'", contou.


Para a delegada, o crime configura-se como feminicídio por conta da questão de gênero e ainda a situação de vulnerabilidade da vítima, uma idosa e acamada. A senhora morava sozinha com a filha que também era a sua cuidadora. "Foi um homicídio qualificado, por motivo torpe, no qual foram utilizados meios cruéis e de tortura e sem a vítima ter condições de defesa", completou Daniella Dinali.


A suspeita das agressões foi conduzida por volta das 03:00 horas da tarde para a Penitenciária Mista Juiz Fontes Ibiapina em Parnaíba, onde ficará recolhida a disposição da justiça.