Nesta terça feira, dia 04 de abril, o escritor, professor, romancista, poeta e historiador, o cocalense, João Passos, esteve na capital do Piauí, Teresina, a convite do escritor Adrião Neto. Na oportunidade, os dois conversaram sobre a historiografia do Piauí,em especial, a independência do Estado. 

Adrião Neto é escritor, historiador, poeta, romancista, antologista e historiógrafo. É um dos grandes nomes da literatura piauiense, consolidado pela crítica de todo o país. Autor de inúmeras obras de cunho histórico e romanesco como: Lagoa do Camelo, Parangolé, Dicionário Geográfico e Histórico do Piauí e muitas outras. Adrião Neto se destaca no cenário nacional como um dos principais representantes da literatura piauiense. Foi o principal articulador do projeto de alteração na bandeira do Piauí, na qual foi acrescentado a data 13 de março de 1823, enaltecendo o dia em que ocorreu a Batalha do Jenipapo.

Adrião Neto, em conversa com o escritor João Passos, demostrou grande interesse pela história da igreja da Frecheira, situada no município de Cocal, considerada como uma das mais antigas do Brasil. Em seus estudos ver a necessidade de um estudo mais profundo sobre a fundação do templo. Analisa que é preciso rever a documentação da época das missões jesuíticas,e analisar os escritos da época em que o Piauí ficava sobre a jurisdição do estado do Maranhão, ou ora de Pernambuco. Observa que a região do município de Cocal tem um grande potencial turístico e histórico. O historiador João Passos se colocou a disposição de Adrião Neto no sentido de buscar respostas as indagações sobre a construção do templo e ainda, afirmou que município de Cocal tem interesse em desenvolver a região do turismo histórico.

Segundo o escritor Adrião Neto, em suas observações históricas, relata que ainda há inúmeras injustiças sobre a verdadeira história do Piauí. Um destes fatos é a Batalha do Jenipapo. Atualmente o estado do Piauí comemora três datas históricas sendo elas:

* O 19 de outubro de 1822. Data em que um grupo de idealistas da cidade de Parnaíba, motivados por um patriotismo romântico,reuniu-se ao povo,fazendo eclodir um movimento separatista,visando a separação do Piauí, de Portugal. A partir desta data instituiu-se, o Dia do Piauí.

* O 24 de janeiro de 1823, quando a cidade de Oeiras,capital da Província do Piauí, declara sua adesão ao movimento separatista. O feito é lembrado no Brasão das Armas do Estado do Piauí,estampado numa flama azul,abaixo do escudo,escrito em letras de ouro.

* O 13 de março de 1823, data da sangrenta batalha dos Jenipapo, a mais violenta de todas as batalhas em prol da independência do Brasil, na qual os heróis, em sua maioria eram representados por roceiros e vaqueiros. A data não é comemorada ainda, no Estado, por falta de reconhecimento oficial. Apenas o Monumento do Jenipapo, erguido na cidade de Campo Maior, faz jus ao feito. Após inúmeras reivindicações do escritor, Adrião Neto, sobre o descaso desta data, a Assembléia sancionou a lei que incluía a data histórica da batalha, na Bandeira do Piauí.


Este ano, no mês de abril de 2017, no Monumento dos Heróis do Jenipapo, será erigido duas outras estátuas, ao lado da já existente. Uma, de um “vaqueiro”montado em seu cavalo de campo, ostentando um facão, e a outra, de um “roceiro”, armado de foice, em posição de ataque. Várias autoridades e intelectuais do estado se farão presentes.

O templo da Igreja de Frecheiras, no município de Cocal, não é muito diferente! É um monumento extraordinário da memória religiosa do Estado. Com suas imagens raras e características que remetem a um passado desconhecido, e que desafia o tempo. Mas para isso, é preciso pesquisar, conhecer, preservar uma das mais belas páginas de nossa história, cercada de mistérios e lendas. Um dos grandes enigmas da historiografia do Piauí, afirma o historiador João Passos.